BALEIA AZUL
UMA BRINCADEIRA PERIGOSA
Se nunca ouviu falar da Baleia Azul, saiba que não se trata do animal, nem de um brinquedo. Estamos nos referindo a uma corrente viral, que assustou muitos pais, porque era destinada principalmente a jovens e crianças, funcionando como uma espécie de jogo onde um “curador” dava ao jogador uma série – absurda – de “missões” que a criança ou adolescente deveriam cumprir.
Conforme o jogador ia cumprindo as missões, elas ficavam mais difíceis e perigosas, algumas tinham um teor tão terrível que é melhor nem comentar, pois envolviam agressões aos pais e a própria criança.
Obviamente isso preocupou as autoridadas, foram informados – mas nem sempre confirmados – casos de crianças que teriam se ferido gravemente e até levadas ao suícidio em todo o mundo, inclusive no Brasil.
Foi responsabilziado por isso um um russo, que já foi preso e teria iniciado esta campanha em 2013. A história toda pode ser pesquisada na Internet, não é o caso de dar publicidade a ela, então não forneceremos links ou indicações.
Posteriormente o fato se repetiu, tendo como protagonista uma boneca, chamada Momo que fazia coisas similares e ainda mais perigosa, pois esta era enviada diretamente para crianças e apesar da forma assustadora, de alguma forma atraia as crianças e também causou muita preocupação.
Este tipo de “brincadeira” do mal, costuma ser feito de varías formas e apesar de serem mais raras, algumas são são direcionadas para as crianças.
Crianças estão sempre desprevenidas, tanto pela inocência quanto incapacidade de lidar sozinhas com este tipo de abordagem. Movidas pela curiosidade, podem ser aliciadas facilmente, se não houver interferência de pais e responsáveis… que muitas vezes são os últimos a saber.
RESPONSABILIDADE
Muitos pais simplesmente querem proibir os filhos de acessar a Internet, tiram seus celulares ou praticam outras ações que podem parecer muito eficientes, mas #SQN.
A verdade é que não há como acompanhar as crianças o tempo todo, sem contar que isso seria limitante da liberdade delas, além da própria auto-estima. Mesmo sem um celular a criança pode ter acesso a um impresso ou informações conseguidas com um coleguinha e nestes casos o perigo pode ser ainda maior.
Outro perigo é que com medo deste tipo de punição a criança vai aprender a esconder o que está fazendo e isso torna tudo mais grave, porque ela deixa de confiar justo nas pessoas que podem ajuda-las nestes casos e este acaba sendo um trunfo a favor dos canalhas.
Monitorar o celular é uma opção muito melhor e recomendamos que deva ser feito, especialmente com crianças muito pequenas. A partir de uma certa idade que vai variar de uma criança para outra a tentativa de monitorar o celular será considerada uma invasão de sua privacidade e além de serem provavelmente ludibriados, os pais podem estar contribuindo para formar um rebelde em potencial, capaz inclusive de hackear o telefone dos responsáveis em contra-partida, até porque o mau exemplo já foi dado. Nestes casos deve existir um consentimendo da criança com o monitoramento, isso exige muita conversa e esclarecimento.
Claro que cada familia tem suas regras e longe de nós querer interferir nelas, estamos apenas falando de possibilidades e não de fatos, porém entendemos que a liberdade é um dos bens mais preciosos do ser humano e tirar isso de uma criança em formação, pode trazer sérios problemas no futuro e esta não é uma opinão de técnicos em informática, mas de especialistas em comportamento, psicólogos e outros profissionais.
Peço que não acredite em nós neste sentido, pesquise no Google ou outras fontes, sobre estas questões. Gostaríamos de colocar alguns links, porém existem muitas opiniões contraditórias e não queremos ser acusados de manipular a informação fornecendo fontes. (Divino Leitão)
No conselho logo acima, de nosso Coordenador de Editoria, vem a primeira dica… Pesquise sempre, descubra sites de confiança e leia diversas opiniões, até encontrar um equilibrio com o que você pensa e resultados associados a comportamento, especialmente de crianças. Se não for suficiente, procure ajuda. Inclusive aqui na MS Kids, pois temos contato com diversos profissionais especializados em várias áreas, que podem analisar situações e dar conselhos.
Você é quem conhece – ou deveria conhecer – as crianças sob sua responsabilidade e não existe uma regra que se aplique a todos os casos, portanto você vai precisar de muito jogo de cintura para se adaptar aos fatos e ter a melhor postura.
O nosso conselho, agora como especialistas em tecnologia é que conheça mehor os computadores, conheça este mundo do qual a criança que você cuida dificilmente vai escapar – e se escapar estará em maus lençois – porque a tecnologia é algo irreversível na sociedade em que vivemos.
Claro que pode acontecer uma tragédia e ficarmos sem Internet e tudo mais, mas esta seria uma situação tão catastrófica que nem há como nos prepararmos para isso. Melhor pensar positivamente, neste caso.
O FUTURO PERTENCE A TECNOLOGIA?
Vamos ser muito honestos, ninguém sabe o que nos reserva o futuro, mas analisando o passado contemporâneo, pode-se prever que a tecnologia está fazendo cada vez mais parte de nossa vida e não importa se você gosta dela ou não, pois vai ter que lidar com ela, mais cedo ou mais tarde. As crianças lidam bem cedo.
Nos anos 80, quando os computadores começaram a dominar o planeta, as crianças não tinham acesso a computadores, isso era raro, até por questões de preço. Mesmo assim não eram todas, as crianças, veja esta história…
No início dos anos 70, uma mãe liderou uma campanha para que a escola onde seu filho estudava adquirisse um computador. Nesta época computadores eram muito caros, mas eram pais ricos e a escola gastou 50 mil dólares, para adquirir um único computador.
A maior parte das crianças não quiseram nem saber da novidade, elas tinham outras prioridades. Apenas dois meninos se interessaram e praticamente tinham o computador só para eles.
Seus nomes: Bill Gates e Paul Allen, que se tornaram os maiores milionários do planeta e isso antes de completarem 30 anos. Será que estas pessoas tem um componente a mais na inteligência ou só estavam no lugar certo, na hora certa e apenas aproveitaram a oportunidade?
Isso não é uma parábola motivacional, piada e tampouco invenção, está na biografia oficial de Bill Gates. De nossa parte só adicionamos a informação que ficaram ricos, muito ricos e que aquele ponto onde a mãe interferiu pode ter relação com isso.
Algumas pessoas podem pensar que aconteceu assim porque foram os primeiros a fazer algo. Isso não é verdade, quando Bill Gates chegou, muitos já tinham trilhado o mesmo caminho. Lendo a biografia, percebe-se que era um garoto comum como qualquer outro. Juntar-se a Paul Allen certamente foi um diferencial, porque cada um tinha uma habilidade, Gates a de vender ideias e Paul a de lidar com hardware, este foi bem mais tímido e aparecia menos. Infelizmente nos deixou em 2018.
Dar um computador ou tablet a uma criança absolutamente não é garantia de sucesso na vida profissional, afinal todo mundo – ou quase – pode ter um nos dias de hoje. No entanto, manter as crianças longe deles é garantia que terão problemas no futuro, seja na escola, seja no trabalho e mesmo que você seja um indígena no sertão australiano, tenha certeza que um computador e uma conexão poderão lhe fazer falta um dia.
TABLETS E CELULARES SÃO COMPUTADORES?
Computadores antigamente podiam ocupar uma sala inteira e precisavam de várias pessoas para faze-los funcionar. Também eram privilégio de homens, agia-se como se as mulheres não soubessem como operá-los, uma besteira, mesmo porque foi uma mulher criou programas de computador, antes mesmo de quem é considerado o “pai dos computadores” conseguir fazer um. Estou falando de Ada Lovelace, a primeira programadora e Charles Babbage, que apesar de não ter conseguido fazer um computador funcionar, recebeu o título pela sua contribuição ao desenvolvimento. Ada, trabalhava com ele.
Se ainda não assistiu o vídeo abaixo, coloque em sua lista. Ele mostra como era a informática no ano que o homem pisou na lua e como as mulheres não deixam nada a dever para os homens nesta questão, muito pelo contrário, provavelmente sempre foram melhores. Portanto esqueça logo de cara a bobagem que computadores são para meninos, que é simplesmente um absurdo.
Atualmente os computadores estão inseridos em lugares inusitados e alguns nem se parecem com um, mas sua TV é um computador, seu forno de micro ondas também e se você tem algum dinheiro extra, provavelmente sua torradeira, banheira ou lâmpada do quarto são computadores.
Na casa do já citado Bill Gates até as paredes de sua casa são computadores, são telas, que podem mudar de cor, de acordo com quem entra no ambiente. Assim como som ambiente, luzes e tudo mais. Chamamos a isso de smart house e já é uma realidade ao alcance de quem pode pagar.
Você já teve um fusca? Se teve podemos apostar – e ganhar – que já abriu várias vezes o capô traseiro e “ajustou” o carburador ou outra coisa que pensava ser um. Mas se você tem um carro moderno, evite abrir o capô, pois é capaz de não conseguir fechar depois… se é que vai conseguir abrir.
Os carros atuais são diagnosticados por um conector, ligado a um celular e alguns podem até ser diagnosticados remotamente, sem contar os que já são capazes de dirigir sem motorista.
Esta é nossa realidade e vem mais por ai. Para quem não teve um computador antes disso tudo, pode parecer impossível de acompanhar e realmente é assim. Então seria uma imprudência tirar das crianças esta possíbilidade de entender e usar a tecnologia , apenas porque, de vez em quando, um maluco surge com algo como a Baleia Azul a Momo e outros perigos, que serão combatidas com rigor, pelas autoridades, pela própria sociedade e principalmente pela informação.
Informação que você tem que usar e ensinar as crianças a usar.
E sim… tablets e celulares são computadores, na verdade podem ter capacidades de velocidade e potência acima de muitos computadores tradicionais, que costumamos ver nas casas.
SIGNIFICADO DE INFORMÁTICA
O termo informática refere-se a um conjunto de ciências relacionada à coleta, armazenamento, transmissão e processamento de informações, como bem informa a Wikipédia.
A informática ganhou um upgrade fantástico quando surgiu a Internet, que é basicamente uma rede que permite conectar computadores e dispositivos diversos em todo o planeta e já chega até ao espaço.
Na Internet encontra-se praticamente de tudo, se alguém quiser aprender como fazer uma bomba atômica deve ter algum texto ensinando. Se vai funcionar ou não é outra história, mesmo porque o conteúdo da Internet não segue regras, qualquer um pode publicar um conteúdo e qualquer um pode acessar e esta é a única regra. Há muitos movimentos no mundo para mudar isso, mas basta observar os lugares onde a Internet é controlada, para entender que a emenda é muito pior que o soneto.
Aonde tem muita informação podemos filtrar e analisar o que é útil, mas onde não tem, reina a escuridão, o desconhecimento.
Se uma criança procura saber como se faz uma bomba na Internet, pode ser mera curisidade, mas se ela realmente quer fabricar uma, então o problema – se é que existe um – não é o computador e nem a Internet, mas o ambiente onde esta criança vive.
Em um ambiente saudável, com bons exemplos, a criança terá tantas opções que não vai se preocupar com bombas, baleias azuis, Momos ou memes. Ela estará com a mente ocupada e ainda assim a supervisão é importante, não só da tecnologia, mas de tudo, a criança é um ser em formação, ainda despreparado para lidar com questões que envolvem mediação, elas podem ter o conhecimento técnico, mas não tem a maturidade necessária para lidar com este conhecimento.
E os responsáveis podem ter a maturidade, mas não tem o conhecimento técnico, então qual o melhor caminho a seguir?
A resposta é simples: conseguir conhecimento técnico leva menos tempo do que conseguir maturidade e é infinitamente mais fácil.
A criança está bem na sua frente, aparentemente presta muito mais atenção a uma telinha azul, mas não se iluda, o cérebro delas funciona milhares de vezes mais rápido que o dos adultos, sem contar que são uma esponja, querendo adquirir conhecimentos.
Ao mesmo tempo em que brinca com um joguinho a criança assiste TV, ouvindo música de outra fonte e está vendo você beber, fumar, xingar ou – de preferência – fazendo coisas mais saudáveis, vendo e aprendendo, então muito cuidado com a sua atitude e não com a da criança.
E ainda vai repetir e querer experimentar tudo que vê, seus modelos são normalmente os pais, mas qualquer pessoa maior e mais velha é um modelo e elas querem seguir estes modelos e querem que estes modelos gostem do que elas gostam.
Então esteja presente, mostre que você também sabe jogar o “jogo da moda”, sendo que não precisa se esforçar muito para isso, porque o “jogo da moda” muda a cada 10 segundos. Se não conhecer ou não gostar, apenas demonstre interesse quando a criança te mostrar, pergunte o que faz e para que serve, vai se surpreender com as respostas, pois são absolutamente diferentes do que você possa imaginar.
Whatsapp, Facebook, redes sociais… criança nem pode entrar, são “proibidos” para menores de 14 anos, de 12 anos e no século passado, renomados especialistas em comportamento diziam que antes dos 8 anos uma criança sequer deveria ser “exposta” a computadores, como se computadores fossem uma doença.
Vamos dizer que seja… que o computador possa ser uma “doença”, neste caso como a medicina trata as doenças mais perigosas? Não seria com vacinas, que é uma forma reduzida da doença e capaz de gerar anticorpos?
Ok, foi um péssimo exemplo, tecnologia não é doença mas sim uma opção de vida e como está presente na maioria dos lugares que uma pessoa, especialmente se ela vive na cidade, frequenta é melhor estar preparado para ela.
Mas quem tem que se preparar são os pais, os educadores, aqueles que serão responsáveis pelo encaminhamento destas crianças à vida adulta, as crianças estão prepardas para qualquer coisa e o dever dos adultos é justamente evitar que isso se torne um problema.
Será que as proibições de idade valem? Será que as crianças presentes em sua vida não tem Whatsapp, Facebook e redes sociais? Só você poderia responder, mas se você nem sabe o que é uma rede social é porque sua vida está precisando de uma sacudida, de uma injeção de tecnologia.
POR ONDE COMEÇAR?
Primeiro entenda o que a criança gosta…
Se ela gosta de ouvir estórias, leia livros para ela, isso vai despertar o hábito e interesse pela leitura e se você não fizer, o tablet ou celular vão fazer por você ou a TV, cujo conteúdo é ainda mais nocivo do que qualquer conteúdo da Internet, até porque as opções são poucas e a exposição a absurdos consegue ser maior.
Ler você certamente sabe e se não sabe, que tal aproveitar esta segunda oportunidade e aprender, junto com a criança, talvez a facilidade que ela tem para aprender te ajude.
Aprender a lidar com tecnologia é como aprender a ler, basta querer e ter a mente aberta. Qualquer um pode.
Tendo isso em mente entenda que a relação entre criaças e adultos mudou muito, desde a época em que você era uma criança, vejamos…
Vamos dizer que, neste início da década de 20, já no século 21, você tem mais de 60 anos e portanto quando tinha menos de 10 anos a televisão era uma novidade, quase nenhuma casa tinha. As fontes de informações eram as enciclopédias, que menos casas ainda tinham, mas se você sequer sabia ler, para que serviria?
Nesta época as crianças apenas brincavam, de pula-pula, esconde-esconde, corriam feito loucas (ainda correm feito loucas) e os brinquedos eram simples, boneca, bola, pião. Em alguns lugares já havia brinquedos eletrônicos, com pilhas, mas apenas alguns lugares e eram caros, muito caros.
Criança não se misturava com adultos, ficavam sempre separadas, tinham até mesas separadas para as refeições e as conversas com adultos eram praticamente inexistentes, basicamente com o pai e mãe e normalmente só para levar bronca, ou pedir “bença”.
Com o passar dos anos fomos descobrindo que a criança, sendo um ser em formação, precisa do máximo de atenção dos adultos. Se ela está brincando e a mãe está perto, mesmo ocupada lendo um livro, o limpando a casa, isso conforta a criança, lhe dá confiança e ela se sente protegida e faz as coisas com mais desenvoltura. Se o pai corre com a criança, joga bola, brinca de soltar pipa, conversa quando chega do trabalho, ela cresce confiante e tanto o pai quanto a mãe são os melhores modelos que a criança pode ter, os primeiros modelos.
Depois vem a escola, os professores, mais normalmente professoras, pois atualmente a pedagogia infantil parece estar sendo dominada pelas mulheres é raro ver um professor em uma escola infantil, mas isso é outra discussão.
Nos dias atuais, tudo isso continua a acontecer, porém com um intruso no meio. O tablet, o celular, o video game e em alguns casos o computador.
Qualquer um sabe que mundo real é muito mais interessante que qualquer tela, porém a criança ainda não sabe disso e como o seu mundo real pode as vezes ser limitado, com pais ausentes ou ocupados demais para lhe dar atenção, a criança vai se apegando ao mundo virtual e em alguns casos ele se torna mais importante.
Não se iluda, a criança ainda está te observando, com seu radar 360°. Ela continua a ver você fumar, beber, discutir e xingar ao volante do carro, mas adivinha só… deixa de interessar a ela você ler um livro, sorrir, praticar a solidariedade, ser um ser humano útil. Os bons exemplos são mascarados pelas cores vivas e sons vindos da telinha, enquanto os maus exemplos são os únicos que chamam a atenção.
Comece pensando nisso, no que as crianças ao seu redor estão realmente vendo e assistindo… não o que aparentam fazer, mas o que realmente estão fazendo.
Se você está pensando que faz tudo isso então a criança não precisa de computadores, tem um problema com sua balança, ela precisa sim. Precisa das duas coisas e se você não entende da tecnologia, então está precisando de um …
CHOQUE TECNOLÓGICO
Se você é uma daquelas pessoas que “odeiam” tecnologia, não quer nem saber de celular, recusa-se a olhar para a tela de computadores, mas precisa chamar alguém para mudar o canal de TV ou sintonizar a Netflix, então você tem um problema.
Sim é um problema, porque está tentando assistir a Netflix e ao mesmo tempo recusa-se a aprender a usar o controle remoto, você está em contradição, em negação.
Sabemos perfeitamente que há pessoas que vivem muito bem, longe da tecnologia, cujos programas de “TV” preferidos são o nascente e o poente, que dormem 10 horas por dia, das 21 as 5 e as vezes nem tem interesse na eletricidade. São muito mais do que se imagina e vivem muito bem, as vezes mais e melhor do que os que acham estas coisas apenas uma curisidade.
Porém quem não vive neste tipo de mundo e mal consegue ver o sol em sua cidade cinzenta e sempre enevoada a opção se torna a tela da TV, do computador, dos celulares. Sem contar que terá que trabalhar como um condenado, para poder ter eletricidade, internet, delivery e estas coisas que a vida moderna nos ensina que são as “melhores”.
Não precisamos chegar a tantos extremos, digamos que você tenha o melhor de dois mundos distintos a sua disposição e nem precise trabalhar (ou dormir) tanto. Neste caso pode dar maior atenção as crianças, afinal se você as colocou em sua vida ou se a vida as colocou sob sua responsabilidade, é possível fazer a melhor coisa que se pode, em uma existência: ajudar uma criança a crescer, se desenvolver e poder dar o melhor de si.
Não deixe para aprender apenas no final da vida que os maiores tesouros que temos são as crianças e se você teve responsabilidade na formação de uma, que se tornou um ser ainda melhor que você mesmo, você teve uma existência significativa.
Mas onde afinal está o tal choque tecnológico, ali do título…
Se já tinha pensado nisso, parabéns, você provavelmente nem precisa do tal choque, mas se estava divagando e entrando na conversa, se desviando do assunto é porque – muito provavelmente – computadores e tecnologia não são prioridade em sua vida.
Nenhum problema nisso, ninguém está criticando sua vida, suas opções… Mas se você tem uma criança em casa, mesmo que não seja o pai ou a mãe, saiba que esta criança não vai jamais precisar de “choque tecnológico” para elas a tecnologia sempre existiu e é tão natural quanto o cantar de um pássaro, o nascer e por do sol.
Antes de começar a divagar de novo, vamos entender que a tecnologia está presente na vida da criança por conta dos estímulos, do meio ambiente e não estamos falando de meio-ambiente, aquele de árvores, animais e natureza, mas do meio ambiente no qual ela está inserida.
Para a criança controle remoto e um cubo de empilhar são exatamente a mesma coisa, desafios a encarar e aprender a lidar, com ambos e com a mesma facilidade com que aprendem os comandos básicos de um celular ou tablet, a mente delas é ágil e o cérebro uma esponja, lembre-se sempre disso.
Se uma criança tem pais de diferentes países ou pais que viajam muito pelo mundo, crescem ouvindo vários idiomas, elas aprendem todos, sem precisar entrar em nenhuma escola de idiomas, para elas ser poliglota é tão natural quanto falar e os “especialistas” que queriam medir a capacidade cerebral das crianças, determinando regras de aprendizado, determinando as idades ideais para isso e aquilo, estão todos relegados a mediocridade, erraram tão feio que os “especialistas” da atualidade pensam tantas vezes antes de falar besteira, que felizmente cada vez vemos menos.
Tem educadores da antiguidade que estavam muito a frente de seu tempo e definiram algumas regras que vale a pena serem lembradas, mas há outros, que falharam tão miseravelmente que é bom que sejam lembrados apenas para não repetir o mau exemplo que deram. Não vamos citar nenhum neste artigo, porque nosso objetivo é fazer você se interessar pelo assunto e não formar opiniões. Mas pesquise e verá, quais foram os maiores micos e quais pensadores estavam anos luz à frente de seu tempo, tanto que em sua época foram considerados idiotas.
Para citar apenas um, vamos falar de Galileu Galilei…
Apesar de suas muitas descobertas, entre elas a invenção do telescópio, Galileu é mais conhecido por ter sido inquirido pela igreja católica a negar que a terra seria redonda. Isso aconteceu na idade média, mais conhecida como idade das trevas e Galileu foi esperto ao afirmar, perante um tribunal de inquisição, que estava errado.
Só em 1992, o Papa João Paulo assinou um pedido de desculpas formal da Igreja por isso. Para Giordano Bruno, contemporâneo de Galileu e também um estudioso, as desculpas não bastariam, ele foi condenado a fogueira, por ter feito o absurdo de dizer que existiam planetas. Galileu, preocupado em ter o mesmo destino, preferiu se fingir de bobo.
Eram tempos obscuros, não podemos culpar a igreja por isso, foi mesmo uma época de trevas e quando alguém acendia uma luz, virava alvo imediatamente de todos que mandavam ou queriam mandar, no mundo.
Se entendermos que nos dias atuais existem “piadistas” que defendem que a terra é plana, fica fácil entender porque sempre haverá opiniões polarizadas. Nós, da MS, tentamos ficar no meio, na zona de cores, nem no branco total e menos ainda na escuridão assustadora.
Voltando a nossas crianças… para elas tecnologia é uma palavra tão importante quanto anticonstitucionalissimamente, que querem dizer tudo e nada ao mesmo tempo. Celular é uma ferramenta tão banal quanto uma bola e talvez mais fácil de usar, já que não cai tão fácil, não não rola para longe e é mais fácil de segurar segurar, pelas mãozinhas pequenas.
Alguns dos maiores prodígios da tecnologia aconteceram com crianças ou adolescentes no comando e não por acaso ou coincidência, são atualmente multimilionários e ainda aparecem mais de vez em quando. O mais estranho é que não foram exatamente eles que fizeram o prodígio…
Para criar um simples chip de computador é preciso muitas pessoas, muitos pensamentos funcionando juntos, mas sempre tem uma única pessoa, no máximo uma dupla ou trio, as vezes uma start-up, que aparecem com a “coisa” funcionando.
São pessoas que pensam fora-da-caixa, não tem medo de errar, seu pensamento é “Não sabia que era impossível, então foi lá e fez.” esta frase é uma corruptela de uma frase de Einsten e minha preferida. (Divino Leitão)
O problema é que se uma pessoa não tem os incentivos, não vai chegar jamais ao patamar de Shawn Fanning, que com menos de 18 anos foi ao céu e depois ao outro lado, com uma “invenção” que foi precursora tanto de sistemas como a Netflix, quanto seu canal de música preferido.
Nem se pode dizer que ele inventou algo, apenas teve a ideia de usar o que milhares de outras pessoas criaram com muito esforço, para fazer algo realmente útil, com estes inventos.
Shawn é o cara que bolou o Napster, um programinha que compilava arquivos MP3 e permitia distribuir listas de música neste formato pela Internet. Talvez passasse desapercebido, se a industria da música, não tivesse voltado seus canhões jurídicos contra o pequeno aplicativo que ele fez para si e distribuiu entre amigos. Proibiram, processaram e só chamaram mais atenção para o fato que seus discos, fitas K7 e outros meios de distribuição de midia eram um fracasso total.
Infelizmente isso não ocorreu com Tesla, um inventor que tinha um projeto de distribuir eletricidade pelo ar, gratuitamente, mas foi sabotado por Benjamin Franklin e empresários interessados em cobrar pela tal eletricidade. Se Tesla tivesse vencido a briga, hoje não precisariamos de fios e pilhas.
O Napster foi a base de praticamente todos os serviços de streaming que conhecemos hoje. Caso o termo não lhe seja familiar, Netflix deve ser, ou Spotify ou Deezer, o próprio Youtube ou lojas de aplicativos são uma derivação do Napster.
O Napster aproveitava o que já existia para fazer algo que todos nós gostamos de usar, que são imensas bibliotecas de som e vídeo, ao alcance de um celular, de nossas smart TV ou um MP3, termo técnico que virou nome genérico de um aparelho de ouvir músicas.
E as vezes só precisa de uma pessoa pensar, que as estrelas cuidam do resto e para a humaidade o resultado é sempre imenso.
Não se pode pensar que foi apenas mérito do Shawn, muito pelo contrário, foi justamente porque existiam milhares de Shawn, dispostos a inovar que tudo aconteceu.
Agora imagine se a mãe do Shawn não tivesse deixado ele usar computadores, obrigasse o menino a fazer outras coisas, como ir a escola, se tornar funcionário do Banco do Brasil ou qualquer outra coisa… talvez o mundo ainda estivesse ouvindo discos e assistindo apenas TV a cabo.
Não sabemos se a mãe do Shawn sentava ao seu lado quando ele usava computadores, mas certamente houve alguém que o incentivou, o ensinou algo ou apenas mexeu os pauzinhos, como fez a mãe do Bill Gates.
CONCLUINDO
Temos que parar, ou este artigo fica tão longo que você não terá tempo de ler.
Sabia que pode ouvir o texto? A MS adotou um sistema que permite ouvir as matérias ao invés de ler. O botão fica lá no topo do artigo e tem em todas as matérias da MS.
Este assunto é mesmo longo e nunca vai terminar, já que o interesse e as ramificações são infinitos, mas esperamos ter deixado claro que as crianças precisam da tecnologia e que seus responsáveis precisam entender isso, ou no mínimo tentar não atrapalhar.
Ninguém precisa se tornar expert em informática para ajudar uma criança a se desenvolver nesta área, isso eles já sabem, o que precisam é de orientação, de apoio, mas é fato que pais usam celulares, computadores ou vide-games como ferramentas de correção…
- Tirou nota ruim na escola, sem video-game por 30 dias!
- Mentiu… sem celular por uma semana!
- Vou tirar seu computador se não passar nas provas este ano!
Pode não parecer, mas ações como estas são bastante comuns e são também nocivas, pois fomentam uma série de maus sentimentos e acabam dando ainda mais destaque a tecnologia, que pode passar a ser o único objetivo da criança.
Sabemos todos que veneno e remédio são a mesma coisa, o que muda é a dose. Trocando em miúdos, qualquer excesso faz mal, portanto deixar as crianças passarem o tempo todo com um celular na mão é tão nocivo quanto não deixar ter um celular.
Cabe aos responsáveis dar as medidas, gerenciar e principalmente estarem atentos ao comportamento das crianças.
Seria impossível a pais ou responsáveis atentos não notarem o comportamento estranho de uma criança que estivesse seguindo as ordens do manifesto da Baleia Azul. Não é questão de “culpar” pais, mas de lembrar que se não há supervisão, se não há acompanhamento e principalmente se não há exemplos, as crianças tomam sozinhas as decisões.
Mas com responsáveis presentes as crianças perguntam então é bom estarmos sempre prontos para responder e se não souber, para solicitar ajuda. Só não pode deixar a criança no vácuo.
Estamos aqui para ajudar e fechamos esta primeira matéria exclusiva, para o MS Kids, com algumas palavras do Coordenador de Editoria.
Minha mão era avessa a tecnologia, mais por falta de oportunidades do que decisão própria. Quando comecei a usar computadores ela aceitou bem, mas os evitava. Passei a vida tentando mudar isso e aos poucos consegui. Ela já se foi, mas nas muitas horas vagas, que acabou conquistando até seus 84 anos, tive o prazer de vê-la fazendo pesquisas no Google , vendo imagens 360° no Gogle Street View, conversando com os 7 filhos, trocentos sobrinhos, netos e bisnetos, com amigas de infância que nunca mais tinha encontrado pessoalmente, parentes e outros conhecidos, seja pelo Whatsapp, onde aprendeu até a usar a câmera. Só “odiava” o Facebook, por achar que se “metia” muito em sua vida e ficava chamando toda hora. O que me lembro mais é que nunca brigou comigo por, na infância destruir relógios do tipo despertador para ver o que tinha dentro e outras coisas também, se dessem “mole”. Sempre me incentivou a buscar o conhecimento, se eu queria um violão, se matava para comprar no crediário, mesmo que em 60 anos eu nunca tenha aprendido a tocar direito. Se tivesse tablets e computadores disponíveis naquela época, teria “se matado” para me comprar um, ainda que não soubesse para que serviam. E também esteve presente, cada minuto, cada segundo de minha vida, me orientando até quando eu já pensava ser um adulto. Seus bons exemplos são o melhor que tenho hoje, para me orgulhar de algo. Infelizmente meu pai foi o oposto, não por sua culpa, era vítima do alcool, mas mesmo longe e fazendo tudo errado, foi o exemplo perfeito do que não fazer. A eles e todos os que também contribuiram para ser o que sou, dedico este artigo. (Divino Leitão)