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STADIA

CONTAGEM REGRESSIVA PARA O STADIA…

O QUE É O STADIA

Stadia, para quem não está muito ligado ao mundo dos games, é a nova “plataforma” de jogos, do Google, anunciada em outubro de 2018, nesta ocasião escrevi um texto aqui na MS, ele está na última aba.

Pronuncia-se “steidia” e se simplificarmos bem o projeto, que o Google chamou inicialmente de “Project Steam”, trata-se de uma plataforma de jogos que roda em diversos equipamentos, se adaptando aos mesmos e sempre oferecendo a melhor performance.

Não vou entrar em detalhes técnicos, mas o Google promete que o aquilo que existir de melhor, na tecnologia, o Stadia vai se adaptar.

O mais interessante deste formato é a falta de um console, isso nem é novidade, já foram feitas tentativas similares, mas nunca com o poder de fogo do Google e basicamente o que você vai precisar é uma internet rápida, dizem que no “mínimo” 25 “megas” mas é exagero, isso vai depender do tipo de jogo e do que vai utilizar para jogar.

Basicamente o único hardware da marca, necessário para rodar o Stadia é um joystick, mas nem ele seria essencial. Sequer foi lançado e já chovem as encomendas para este periférico, que vai custar na faixa de 130 dólares, mais caro que alguns consoles de video game.

Com ele, você pode jogar em uma simples smart TV e nenhum outro hardware proprietário será preciso, poderá usar no seu PC, no seu Mobile, certamente até na geladeira.

A plataforma ainda demora um pouco para ser lançada no mercado, está previsto para o final de 2019 e não tem data prevista para o Brasil, temos que aguardar para ver, inicialmente o Google pretende lançar nos EUA, Canadá e Reino Unido, mas isso pode mudar.

NETFLIX DE JOGOS?

Algumas pessoas estão comparando o Stadia com a Netflix, como se fosse uma assinatura que permitisse jogar todos os jogos do sistema, mas não é bem isso.

Alguns jogos serão até mesmo gratuitos, ou seja, você assina o serviço e nem precisa pagar para jogar estes, mas o filé não será servido assim, porque não existe almoço grátis e o Google sabe bem disso.

Além da assinatura para jogar alguns jogos com resolução melhor e outros recursos, você terá que comprar cada lançamento individualmente.

Só que não precisa ir na loja, nem sequer baixar o jogo, entrou no serviço e ele estará lá, a sua espera, pronto para ser jogado.

Isso é muito interessante para o produtor, porque praticamente elimina a pirataria, já que não haverá cópias a serem feitas e talvez o custo se reduza.

Claro que os piratas vão dar um “jeitinho”, ou não teria graça, mas certamente não será essa bagunça atual.

Elimina também a necessidade de gravar, entregar e proteger mídias de qualquer tipo.

Vai reduzir os custos do jogo?

Dificil de responder, os produtores terão que pagar ao Google e manter servidores para este tipo de produto não deve ser algo barato.

Para o produtor Indie será interessante, primeiro porque eliminará a necessidade de fazer diversas versões de um mesmo jogo e certamente o Google pode ser bem interessante usar toda a estrutura e cobrar um valor menor, até que este produtor tenha reconhecimento da comunidade.

O que pode acabar é essa guerra tola, de que meu X-isso é melhor que o seu Y-aquilo, não creio que o Stadia acabe com os consoles (pelo menos em um primeiro momento) mas será preciso rever este conceito, por toda a indústria de jogos.

No bolso, acredito que vai continuar a doer, mas poder jogar seu jogo em qualquer lugar me parece uma boa compensação, deu uma folguinha na hora do almoço… bóra, jogar no celular.

Então não espere uma Netflix, mas vai ficar similar em alguns pontos.

JOGOS ON LINE

A moda atualmente são os jogos on line, inclusive os E-sports, porém para entrar em um desses jogos, além de uma fantástica Internet é preciso todo um equipamento de primeira linha.

Acredito que com o Stadia, ainda será preciso investir em periféricos ou em uma cadeira confortável, mas tire da conta os supercomputadores de jogos, pois como tudo rodará nos fabulosos servidores do Google, basta que você tenha uma boa conexão e qualquer equipamento mais simples vai dar conta do recado.

Torneios podem ser criados até mesmo pensando apenas nos joysticks do Stadia, o que nivelaria os jogadores mais por sua habilidade, do que seu equipamento, ampliando as possibilidades de participação.

Claro que uma cadeira confortável ainda vai ajudar, mas ela até poderá ser mais ergonômica e o investimento agora será na qualidade da Internet e também da imagem, o que certamente contribuirá para surgirem smart TVs ainda mais poderosas.

Com certeza este produto vai afetar toda a cadeia de produtos associados a jogos.

CONCLUINDO

Stadia será o ponto de partida para nova geração de videogames, disso não há dúvidas, inclusive outras empresas de peso estão apostando em produtos similares e são bem-vindos, quanto maior a concorrência mais ganhamos, o que se espera é que não se faça a separação nas marcas, afinal se vão rodar todos na rede, seria estupidez continuar com títulos específicos para cada concorrente, se a indústria da música e do cinema soube se adaptar a padrões é preciso que a dos jogos também entenda que isso é vantajoso para todos.

Para quem curte os equipamentos antigos pode ser uma boa notícia, os emuladores podem passar a não ser mais necessários e reviver os títulos antigos, exatamente como eram é só uma questão de bom senso, afinal se tem ainda tem público para jogar os jogos do Atari 2600 como eram, não há porque não disponibilizá-los, como alias tem ocorrido.

Sei bem que existem os ferrenhos fãs de usar hardware e software original e não estou me referindo a estes, nada vai mudar para quem quer preservar o passado, mas para quem é apenas curioso ou só saudosista “nutela” (como eu) já está de bom tamanho.

Algo que não ouvi ninguém comentar ainda são as possibilidades em RV e também em hologramas, afinal com a plataforma na nuvem, tudo será uma questão de como visualizar as novidades.

E ainda existem os filmes interativos, a Netflix inovou com o Bandersnatch, mas um vídeo game baseado em um filme, onde ambos se misturem seria muito bem-vindo. Que tal interagir com o Luke Skywalkwer em um Star Wars igual ao filme, inclusive com os atores originais ou poder fazer uma viagem a Marte por RV, tudo isso no conforto da sua sala ou num simples celular?

Parece bom? Para mim parece só o começo, vem muito mais por ai.

Assim como um dia foi bom ver o Atari ser substituído por algo melhor, também cansei de ficar colecionando cartuchos, mídias, aparelhos cada vez mais caros e com a Internet 5G batendo em nossas portas, desconfio que meu próximo videogame será apenas um joystick dobrável, que possa ser carregado no bolso ou um celular com novas funções… 

STADIA BY DL

Em 2018, quando o Google anunciou oficialmente o Stadia, só tinha mesmo a imaginação para escrever e fiz a matéria que reproduzo nesta aba.

Isso demonstra exatamente a impressão que a possibilidade do Stadia me passou a quase um ano, com certeza o que era só uma promessa está virando realidade e nem engataram a segunda ainda…

Segue a matéria antiga…

O FIM DOS CONSOLES

Fiquei feliz ao saber que uma empresa pretende(ia) lançar uma nova versão do console Intellivision no mercado, a nova versão tem uma série de inovações e pretende trazer de volta também os velhos sucessos do que é considerado como o mais moderno dos consoles de primeira geração.

O Intellivision foi o único console que não tive nesta época dourada, mas vi alguns e invejava os proprietários, embora estivesse bem satisfeito com meu Atari 2600 e depois com o Colleco e com os que vieram depois.

Olhando as especificações do novo Intellivision fiquei tentado a escrever uma matéria, embora ele esteja prometido apenas para 2020 e sei bem que vivemos em uma época em que 2 anos é muito para fazer previsões de produtos que ainda serão lançados. Alguns até vingam, mas a maioria não passa de boa vontade, especialmente se estamos falando de algo que está mais para uma memória afetiva do que realmente um grande lançamento.

Comecei a lembrar dos emuladores e como evoluíram, a ponto de rodar até mesmo em “modestos” celulares e me dei conta que as empresas Google e Microsoft estão empenhadas em trazer os novíssimos consoles “de nuvem” ou seja, você não precisa mais ter um console, basta usar qualquer equipamento conectado à nuvem e pronto, poderá jogar os mais “fodásticos” jogos, em praticamente qualquer equipamento.

Então fiquei pensando quem irá realmente querer gastar em média 300 verdinhas para adquirir um console, que por mais moderno que possa parecer ainda é ultrapassado, se comparado com as versões atuais dos consoles mais sofisticados e que acabam superados por eles mesmos a cada ano, em um troca-troca sem fim.

O que impede de se ter um destes Intellivision Concept na nuvem? Podendo rodar no celular, no micro ou no seu próximo óculos VR?

Na verdade nada impede… ou seja, desenvolver hardware especializado hoje em dia está ficando cada vez mais difícil e desnecessário.

A velha guerra Amiga x PC x Mac não faz mais sentido, pois qualquer celular mais top já pode rodar os apps de qualquer equipamento com vantagens e só precisamos de uma conexão, algo cada vez mais portável e barato, sem contar que as opções off-line tornam-se a cada dia mais acessíveis e impressionantes, sai mais barato adquirir um servidor local do que a última versão top de video game, mobile ou computador.

Os jogos solo estão cada vez mais desprezados, porque por melhor que seja uma IA, ela não se compara a enfrentar outra pessoa.

O streaming de games já é uma realidade, hoje em dia se pode jogar os melhores jogos na telinha do seu mobile preferido ou se preferir na tela gigante de uma TV de milhares de “polegares” e ao invés de ficar comprando cartuchos ou CDs você paga uma mensalidade e tem todos os jogos a sua disposição, para jogar quando e com quem quiser.

Os saudosistas terão os jogos antigos a disposição, na versão original ou versões mais sofisticadas, com melhores gráficos ou pixelizados, mas com a opção de ter um humano no controle do outro lado, ou mesmo uma IA bem mais parruda que a dos previsíveis jacarés do Pitfall ou dos perseguidores de Lode Runner, difíceis de driblar, mas sempre previsíveis.

Estamos nos aproximando de uma nova era, onde os videogames não vão mais mudar de “geração” mas simplesmente deixarão de existir, pelo menos no que diz respeito aos consoles.

Então chega daquela velha briguinha entre X-Box e Play Station, o status agora é só entre quem terá o melhor servidor, menor ping e a cadeira “pica-das-galáxias” totalmente conectada e podendo emular o cockpit de um avião ou um F1, ou então o melhor óculos de VR ou sistema Holográfico mais porreta… porque os jogos estarão todos na nova geração da nuvem e o nome dela é X-cloud.

Isso porque ainda não temos o Holodeck… porque quando ele chegar o papo será outro 

 

Divino Leitão

Safra de 57, um cara das artes, professor e coordenador do CPD da MS. Desde sempre!

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