SÈRIESREPORTAGEM

MICOS

Parte 10 de 12 da série BGS 2019

LANCES VEXAMINOSOS

Um grande evento sem mimimi (mico! mico! mico!) não é um grande evento e a BGS não podia ser diferente. O maior de todos foi amplamente divulgado nas redes sociais, gerando até mesmo uma nota oficial da organização. Estou falando da acusação de agressão a um dos cosplayers, fato que felizmente não presenciei… só ouvi de “orelhada” e neste caso, nem penso em dar opinião. Só percebo que se 10% do que o rapaz falou for verdade, temos aí um caso grave de excesso da parte dos seguranças, porque o segurança é pago para apanhar (não necessariamente) mas ao visitante paga para não ser molestado.

Pela experiência pessoal, que percebi com seguranças em geral e a atenção de toda a equipe com os participantes, houve uma preocupação muito grande dos organizadores em oferecer a melhor experiência. Não sei o que gerou toda a situação, provavelmente o fator humano, sempre complexo, mas uma coisa é certa a responsabilidade é mais da empresa de segurança do que da organização, que já informou que tudo será apurado. Mas não há dúvida de que se houve a agressão, a BGS será responsabilizada por co-autoria.

Felizmente este provavelmente foi o evento mais grave… as coisas que vou contar a seguir são “fichinha” perto deste fato lamentável e que deve servir de exemplo, tanto para as empresas que gerenciam este tipo de trabalho, quanto para as pessoas que se envolvem em algum tipo de confusão… é preciso ter muita calma nessa hora.

VENDA AGRESSIVA

Já que começamos com assédio e agressividade, vamos a um tipo bem mais light…

A exemplo do que já vi acontecer em muitas outras feiras e sempre com a mesma vilã, uma conhecida revista, de uma ainda mais conhecida editora, estava presente e usando um velho marketing 171 de querer que um possível cliente dê seu número de seu cartão de crédito, para “ganhar” uma revista.

Parece brincadeira, ver uma empresa – que se diga séria – ainda fazer isso. Já sabia qual seria a conversa, mas deixei a moça falar até o momento em que teria que lhe dar o meu cartão, que segundo a lenga-lenga: “apenas para conferir se eu tinha um mesmo”. Poxa… será possível que nos dias de hoje, com tanta informação as pessoas ainda caem nesse tipo de truque? E pior, nos taxando de pilantras, pois insinuar que eu usaria um cartão alheio me pareceu um pouco “over”.

Levei na esportiva, até porque as moças foram simpáticas, mas não se usa mais este tipo de “método de venda”, pega muito mal para a empresa.

Difícil foi me livrar dela, tiveram treinamento “jedi” para convencer…

ENTRADA PROIBIDA

Outra vergonha ficou por conta da – já citada – falta de rampas de acesso em alguns (na verdade a maioria) estandes. Constroem o estande e elevam seu piso em pelo menos 10 centímetros de altura, sobre o nível do piso comum e ignoram que um cadeirante ou mesmo uma pessoa mais idosa ou temporariamente sem condições de boa locomoção, vão ficar sem poder entrar. É um tiro no pé… e com o pé machucado, talvez não dê para subir no próprio estande. Cada estande precisa ter uma ou mais rampas de acesso, de acordo com sua área, isso é lei e já falei antes, mas repito, os organizadores precisam ser mais enfáticos com isso, antes que uma fiscalização de surpresa faça isso por eles.

Em um deles, que ironicamente oferecia café e uma área confortável para descanso, as pessoas que mais precisariam disso não poderiam subir, nem descer, pois tinha uns 15 cm de altura. Ganhei meu café, mas tive que chamar a moça, que muito gentilmente, me trouxe uma xícara e como eu trouxe minha própria cadeira, deu tudo certo. #SQN precisava ser assim… né?

Isso sem contar algumas escadas impossíveis de serem utilizadas – até mesmo por atletas – em lugares que o público deveria poder acessar. Em alguns locais percebia-se a clara intenção de não permitir o acesso. Porém até mesmo a área de imprensa tinha – aparentemente – apenas duas escadas rolantes para acesso principal e apesar de existirem elevadores para lá, não havia sinalização para indicá-los e se havia, me perdoem a distração, mas não as vi, embora tenha procurado.

SÍNDROME DO WHATSAPP

Você se interessa pelo conteúdo do estande, vai lá perguntar e a pessoa que está ali, teoricamente para te atender, está mais preocupada com seu Whatsapp no celular do que em fazer seu trabalho ou pior, vem conversar, lhe dá atenção que qualquer visitante merece, mas não sabe direito, sequer o nome da empresa que está representando. Pode parecer incrível, mas isso aconteceu diversas vezes e olha que eu tinha um crachá de imprensa, imagina se eu fosse apenas um cliente querendo comprar alguma coisa… ou sei lá, talvez fosse o crachá e na cabeça do péssimo atendente não vai comprar nada mesmo 🙂

Pelo amor do Santo Grall, treinem melhor as pessoas que estarão ali representando a empresa e evitem sair para o almoço e pedir para alguém “tomar conta da barraca”.

Entendo bem o que é estar na “hora da chepa”, com as penas doendo e o corpo não se aguentando em cima delas, já participei de muitas e sei como é, mas é preciso dar um pouco de “sangue”, vestir a camisa e encarar de cabeça erguida. Mesmo porque fui lá no segundo dia… nem quero imaginar estas pessoas no domingo. #FicaADica

Felizmente estas situações, foram exceções, na maioria dos lugares as pessoas se esmeraram para prestar o melhor atendimento e “vestiam a camisa”.

Só não vale para a falta de rampa nos estandes, pois neste caso as exceções foram as empresas que colocaram e olha que tinha muitos cadeirantes visitando e também trabalhando. Cruzei com muitos, então não se pode dizer que seja por falta de público.

BLACK FRAUDE NOS HOTÉIS

As indicações de hotéis “parceiros” no site do evento mostraram que o “jeitinho brasileiro” ainda está valendo. Quando você coloca o código oferecido no site, o site do hotel simplesmente aumenta o preço da diária e algumas “vezes” o desconto sai mais caro do que se entrar pelo site normalmente e fizer a reserva.

Testei o serviço até me convencer de que o Gérson, aquele jogador que queria levar vantagem em tudo, se deu muito bem na vida e  comprou todos os hotéis que participam desta parceria. Na melhor das hipóteses os sites subiam o preço das reservas e ofereciam o mesmo preço que custaria se eu entrasse por outros caminhos ou simplesmente não colocasse o código de bonificação, mas subir o valor me parece até mesmo criminoso.

Ora… se não pretendem dar desconto de fato, não entrem na parceria, não ofereçam o que não pretendem cumprir, que isso pega muito mal e as pessoas deixaram de acreditar no Papai Noel, desde que o tio Google começou a informar os preços dos brinquedos.

Não responsabilizo a organização do evento, mas sim as empresas de hotelaria, que perderam uma oportunidade de se destacar da concorrência, simplesmente sendo honestos. Isso foi realmente uma vergonha e um tiro-(de metralhadora)-no-pé, pois apesar de não me propor, inclusive a ser processado por difamação, a listar tais locais, foram todos para minha lista negra pessoal.

Em hotéis que nem participaram da campanha e que sei terem o mesmo nível de qualidade, encontrei preços de diárias até 50% mais barato que os das ofertas. Você que vai nesses eventos, especialmente se é comprador de empresa, fique ligado na malandragem, que se estende a passagens aéreas e até mesmo as ônibus… infelizmente. Coisa fácil de checar, basta fazer uma rápida comparação.

Aos organizadores, sugiro que verifiquem se os parceiros estão cumprindo o contrato que assinaram, afinal a BGS recebe pessoas de todo o Brasil e nem todos vão de bate-e-volta, como eu fui, inclusive porque não poderia arcar com os custos exorbitantes da hospedagem. Mas não foi apenas custo, a situação de cadeirante também atrapalhou, pois os hotéis que ofereciam a acessibilidade devem imaginar que PCDs são todos milionários, pois alguns cobram praticamente o dobro, para oferecer até menos do que deveriam, pois a oferta de quartos acessíveis é ínfima e sempre são os mais caros.

Lamento que este tipo de discriminação ainda exista, mas como eu já disse mais acima… os profissionais de hotelaria precisam se atualizar. 

Claro que nada disso desmereceu a experiência, realmente a sensação de estar ali foi a melhor possível e só pude lamentar mesmo não ter mais mobilidade e tempo para ver tudo que gostaria.

Notou que não tem imagens neste post né? Nem citações… achei melhor não mostrar nem citar ninguém, afinal a gente elogia em público, mas quando se vai criticar é melhor não dar nomes aos bois… só aos criadores 🙂 

No próximo capítulo o tema será mais alegre, vamos falar de presentes, brindes e outras coisas bem legais.

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Divino Leitão

Safra de 57, um cara das artes, professor e coordenador do CPD da MS. Desde sempre!

2 thoughts on “MICOS

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